quarta-feira, dezembro 30, 2009

a família tradicional



A família tradicional foi destruída quando as mulheres começaram a desenvolver actividades profissionais fora do lar doce lar. Mais tarde foi abatida pela introdução e generalização dos métodos contraceptivos hodiernos e pela emancipação sexual das mulheres, essas porcas, novamente. Pela mesma altura, também foi morta pela televisão, que impôs um fim inglório aos serões de profunda comunhão que todas as famílias tradicionais partilhavam em torno da telefonia. Não consta que a telefonia tenha acabado com a família tradicional, mas não me espantaria que o tivesse tentado. Mas a tortura não acabou aqui: aproveitando-se da televisão, chegaram os videojogos, que mataram a família tradicional, depois de a brutalizarem durante várias horas, com requintes de sadismo e sem que ninguém lhe acudisse. E não tardou muito até que a internet, aproximando os distantes e desconhecidos às custas do afastamento dos próximos e conhecidos, exterminasse, também ela, a família tradicional.

Embora não haja provas definitivas, decorrem indagações que hão-de acabar por atribuir à descrimininalização do desmancho a responsabilidade por um novo assassinato da família tradicional. Da mesma família tradicional que se prepara agora para ser morta pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo, independentemente da sua orientação sexual. Independentemente da sua orientação sexual já podiam e amiúde o faziam, mas o papel passado é o que, aparentemente, o torna fatal para a família tradicional. E não tardará muito até que a eventual permissão da adopção, também ela de papel passado, de criancinhas indefesas por parte destes novíssimos e inauditos casais que se estão a preparar para matar a família tradicional, mate, mais uma vez, a família tradicional. Pode ser que um dia alguém se lembre de fazer o serviço recorrendo aos únicos meios de comprovada eficácia para tratar destes casos: uma carabina semi-automática, um jerricã de querosene e uma caixa de fósforos. Talvez que nesse dia nos vejamos, finalmente, livres daquilo.


Eduardo, no Àgrafo

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