As coisas familiares.
A morte, o medo da doença, a família:
perigosa trilogia da minha vida,
moldada como poeira sobre o barro
dos outros. Os pulmões respondem,
sentes uma dor às vezes, a dor
que se estende do braço direito ao ombro
mais distante, o esquerdo, escutada
como um aviso, uma vontade de dormir.
Olhas então à tua volta: família,
casa, livros – teu único legado – e uma
varanda aberta para o sábado.
Por estas coisas simples sobrevives,
o caminho estreito abre-se sobre o mar,
os pulmões respondem, e o resto
do corpo acompanha a respiração,
cumprindo um dever de todos os dias,
percorrendo um mapa que vai do frio
à erosão, como uma ventania
de Inverno, uma soma de coisas
familiares, fantásticas, habituais.
francisco josé viegas
(aqui)
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