quarta-feira, novembro 12, 2008

livros são papéis pintados com tinta

exercícios de escrita pseudo-poética, em associação livre, a partir daqui

# 1

a estrada,
a espuma dos dias,
a mancha humana,
catálogo de sombras,
meridiano de sangue.
as velas ardem até ao fim.


# 2

uma vida pela metade,
à espera dos bárbaros,
coração, solitário caçador.
na minha morte,
as ruínas circulares,
a montanha da alma.
confissões de uma máscara,
a sangue-frio,
verdade ao amanhecer.


# 3

as pequenas memórias:
explicação dos pássaros,
o perfume,
o amor nos tempos de cólera;
a voz dos deuses,
o jardim do éden,
a insustentável leveza do ser.
nada é o que parece.
a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer.


# 4

o coração das trevas,
o anjo ancorado,
na berma de nenhuma estrada.
ratos e homens,
palavras e sangue,
almas cinzentas,
predadores.
bolor,
a peste,
a obra ao negro.
fúria,
asfixia,
expiação.
a noite do oráculo,
o sonho dos heróis,
uma barragem contra o pacífico.
a valsa do adeus,
o último vôo do flamingo.

autores citados neste post: cormac mccarthy, boris vian, philip roth, josé eduardo agualusa, sándor márai, v. s. naipaul, j. m. coetzee, carson mccullers, william faulkner, jorge luís borges, gao xingjian, yukio mishima, truman capote, ernest hemingway, josé saramago, antónio lobo antunes, patrick suskind, gabriel garcia marquez, joão aguiar, milan kundera, carmen posadas, stig dagerman, joseph conrad, josé cardoso pires, mia couto, john steinbeck, giovanni papini, philippe claudel, pepetela, augusto abelaira, albert camus, marguerite yourcenar, salman rushdie, chuck palahniuk, ian mcewan, paul auster, adolfo bioy casares, marguerite duras

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