(...) o bicho escala-estantes vive atormentado entre as pessoas. deslocado, estrangeiro, desadaptado. a sua pele não é feita à medida da ignomínia. doem-lhe os dedos em ferida. sangram, porque os livros não perdoam os maus tratos. mudos e quedos, ruminam silenciosos uma vingança, e ripostam. tombam, mordem, agridem, arranham. debatem-se, furiosos, contra a destruição. em seu redor, a maldade geral das pessoas. o crime da ignorância. as pessoas, que destroem tudo em que tocam. movem-se como gigantescas implacáveis máquinas debulhadoras, avançando sem contemplações como se não houvesse amanhã num mundo que fosse como uma Zara em época de saldos.
ignoram a vida secreta dos livros e a profundeza das feridas da desconsideração (...)
ignoram a vida secreta dos livros e a profundeza das feridas da desconsideração (...)
a ler, na íntegra, no little black spot
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