Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono, germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono, na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.
António Ramos Rosa
segunda-feira, setembro 10, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
estive a ler e a reler. gosto muito deste poema!
:)
Não quero ser repetitiva mas, gosto muito deste senhor.
que bom, já somos três. :)
Enviar um comentário