sábado, maio 20, 2006




Um compasso de espera
tão longo e musical
por estrelas destas a tocar-me o rosto

E aprender a aceitá-las,
e eu ser um céu imenso onde elas se pudessem passear,
encontrar uma casa,
um pequeno silêncio
de folhas,
e poeiras, e cometas.

Na desordem mais cósmica
das coisas,
organizar inteiro:
o coração.

Porque, a tocar-me o rosto,
o tempo das estrelas
será sempre,
mesmo que tombem astros,
ou outras dimensões se lancem
em vazio,
ou raízes de luz se precipitem
do nada mais atónito.

Terá valido tudo
a desordem do Sol,
terá valido tudo
este lugar incandescente
e azul.

Porque, a tocar-me o rosto,
agora,
e em silêncio tão terreno:
paraíso de fogo:
estas estrelas

transportadas em luz
nas tuas mãos


Ana Luísa Amaral

Tim Cook

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