Mas o que desgasta é a vulnerabilidade da noite, o que nela se
dá enquanto dura: as proporções alteradas de tudo, o repisar
de situações vividas, sejam elas estúpidas ou humilhantes, o
arrependimento por maldades impensadas ou intencionadas.
Amiúde, durante a noite, vêm-me fazer companhia bandos de aves
negras: a angústia, a fúria, a vergonha, o arrependimento, a
neura. E até para as insónias há rituais: mudar de cama,
acender a luz, ler um livro, ouvir música, comer bolachas,
beber chocolate ou água mineral.
Ingmar Bergman in Lanterna Mágica
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
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